sábado, 30 de julho de 2016

Não vou me adaptar


Eu não lembro ao certo qual foi o momento que eu decidi que não iria beber. E quando digo isso, me refiro a bebidas alcoólicas. Não sei se meu inconsciente sempre soube ou se foi uma decisão tomada. Posso demorar a tomar certas decisões na vida, mas quase nunca volto atrás. E é assim até agora, aos meus 25 anos.

Meus pais sempre foram da galera e normalmente estavam dando algum tipo de festa ou realizando comemorações, desde a minha existência neste planeta. Então cresci no meio de toda aquela gente alegre, que ia ficando mais feliz a cada latinha de cerveja nova que pegavam. Eles compravam a felicidade por alguns centavos e é o que acontece até hoje. 

Não estou dizendo que meus pais são a razão pela qual eu preferi deixar de lado a bebida, mas provavelmente contribuíram muito pra isso. Tenho certeza de que não tivesse sido minha decisão desde o princípio da coisa toda, mais tarde eu a teria tomado. Veja bem, outras pessoas que tiveram exatamente a minha criação nesta família optaram por continuar assim e são perfeitamente felizes.

Acontece que ver as pessoas precisando mudar o seu comportamento me incomoda. Todo mundo me conta suas histórias de quando estavam bêbados e tomaram determinada decisão. Seguem justificando seus problemas baseados na coragem que o álcool as dá e coisas assim. Me dizem que as coisas são muito melhores e que lidar com suas vidas fica muito mais fácil. É uma fuga. 

Isso me faz lembrar uma outra história, a de Amy Winehouse. Quem assistiu ao documentário dela (que tive o prazer de recomendar aqui), vai entender o que estou falando. Em determinada parte do filme, Amy é indicada ao Grammy de 2008 e recebe de sua família e do pessoal que cuidava de sua carreira a condição de participar da premiação se estivesse sóbria. Sem drogas pra você hoje, Amy. Bem, ela realmente recebeu seu prêmio e conseguiu ficar limpa por aquele período. Mas há uma narrativa de sua amiga que conta que quando ela foi parabenizá-la, Amy simplesmente disse: 

"Jules, isso aqui não tem graça sem drogas"

Eu não quero que minha vida perca a graça. E não quero fugir dos meus sentimentos, das coisas ruins, das boas, que eu deixe de ser algo que eu não sou. E provavelmente esse foi sempre o medo que eu carreguei no fundo de mim enquanto eu via os amigos dos meus pais bebendo cada latinha de cerveja atrás da outra. E é esse o mesmo medo que eu tenho agora mesmo. 

A ideia de antidepressivos e anticoncepcionais, assim como com drogas também me causam esse tipo de medo. Entendo completamente a importância dessas coisas, tanto política, quanto pra saúde mental das pessoas. Mas é como anestesia. Vão te impedir de sentir coisas pra que você não sofra. O que não quer dizer que não esteja ferido. 

Estamos há anos conversando neste blog sobre o quanto sou feliz sendo quem eu sou e que não tenho a necessidade de me adaptar e ser como todo mundo espera que seja. Bem, a grande verdade disso tudo é que não confio na massa, não completamente. Juntos podemos ser mais fortes, mas também somos mais frágeis. 

É o mesmo todo mundo que leva pessoas como Amy Winehouse a desistir, que faz que com milhares de meninas sofram todos os dias, que outras dezenas de pessoas sejam infelizes no trabalho, que centenas de outras achem que não é suficiente. A ideia de normalidade causa isso nas pessoas e quanto a isso prefiro não fazer parte. 

Eu não vou me adaptar a coisas que não ache que sejam boas pra mim. Não quero fazer parte de uma história de destruição. Não vou buscar uma anestesia porque me disseram que é muito mais fácil assim. Porque eu não quero fácil, não quero ter medo da dor, do sofrimento. O que tenho medo é da facilidade, do que não é real. 

Eu não preciso me adaptar. E isto é uma certeza. 

quinta-feira, 14 de julho de 2016

Really good times for a change


Eu tenho a palavra para o momento da minha vida: desmotivação. Eu esqueci quando foi a última vez em que me senti tão sem vontade na história da minha existência. Acredite, materializar este sentimento neste texto está sendo um mix gigantesco de força de vontade com a necessidade de me expressar. 

Estou faminta por mudança. Estou enlouquecida de vontade de dar adeus pra esse momento da minha vida. Está na hora do próximo passo, está na hora do move on. Estamos na hora da próxima fase desse jogo. Eu quero uma vida nova de novo outra vez. 

A comida não tem sabor, a música não faz o mesmo efeito, os filmes me dão preguiça, a leitura não rende, a rotina me cansa. O problema não são as coisas que fazem parte de mim. Elas ainda são minhas. É essa desmotivação, que me enche de tédio e que acaba comigo. Que me destroça, que me tira do eixo. 

E então, vida, qual será a nossa próxima aventura?