segunda-feira, 12 de março de 2012

Sobre a vida e sobre a morte.

Já parou pra pensar no que acontece quando a gente morre? O que será que tem do outro lado? Uma vez parei pra pensar e decidi que as pessoas inventam teorias de vidas após a morte para se reconfortarem. Não acha muito confortável pensar que depois disso aqui tem mais? Por isso não faz sentido. Por isso gostaria que morrer fosse como dormir. Escuro. E sem medos. Sem pós-vidas.
Nós humanos somos extremamente egocêntricos. Ficamos pensando que o mundo gira em torno de nós. Que tudo é como é porque nós criamos. Ouvi dizer por aí que a Terra gira em torno do Sol. Se do Sol ou não, eu não sei, mas em volta de mim não é.
 Não tem medo de passar a vida e não descobrir nada? De não contribuir em nada? E de não fazer nada para tornar tudo isso diferente? Sei o que está pensando. Está pensando que sou jovem demais para pensar nisso. Mas também sei na fragilidade de uma vida, inclusive a de uma forte.
Tenho medo de viver de mais. Tenho medo de viver de menos. Vou me sentir fracassar se perceber que cheguei ao fim e que eu nada fiz pra mudar a vida de alguém. Nem que fosse apenas uma, a minha. Percebo que tem muita gente vivendo de teoria, sem perceber que a vida é feita pra se colocar na prática. De que lhe adianta todos esse livros, se em nada isso contribuiu para te tornar melhor? O sentido da vida pode estar nos erros, mas são acertos que te fazem querer mais. Morrer é fácil. Difícil é amar.

Sandy Quintans

domingo, 4 de março de 2012

Em busca do tempo perdido.

Aos meus 21 anos e alguns meses de vida travei minhas costas. Isso mesmo, fiquei travada. A cena? Um momento entre pegar o celular do chão e um espirro me causou isso. Fiquei andando feito uma pessoa que viveu muito e já não aguenta mais o peso da vida. De vez em quando, os ossos dão defeitos quando se é mais velho. Será que de criança pertinente me tornei uma idosa travada? Senti decepção de mim e da minha geração. 
Passo o dia correndo. Tentando fazer mil coisas ao mesmo tempo e nem por um segundo se quer paro pra cuidar de mim. A não ser quando for pra cuidar do ego. Esse eu cuido até demais. Tenho a impressão de que estou em uma corrida da qual não escolhi entrar. Mas é o tipo de corrida que não se escolhe, apenas se está lá. Esse é o problema, não quero estar em algum lugar apenas por estar. Quero estar pra viver lá. Afinal de contas, qual é a do mundo por essa busca por tempo? 
Tempo é algo que sempre fiz questão de preencher, não sou do tipo desocupada. Mas não posso compartilhar da ideia de que se tem que achar normal fazer 36 horas de ocupações em um dia de 24 horas. É pra achar normal isso? Se for pra achar, me sinto ultrapassada. Engraçado é encontrar este padrão em uma criança de oito anos. 
Um dia escutei que tecnologia serve pra facilitar nossa vida, pra ganhar tempo. Grande ilusão da sociedade. Só nos tornamos multitarefas numa dessas. Em um momento como o nosso ganhar tempo de um lado, só se for pra perder do outro. Tecnologia já passou da fase de facilitadora, agora é motivo de afastamento da vida. De afastamento de você. Só tenho medo de que por causa dessa tal tecnologia eu me torne uma jovem idosa sedentária com as costas travadas ao invés de alguém jovem que esbanja a vida.

Sandy Quintans